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quarta-feira, 4 de abril de 2018

Cumulative songs

Hoje, a postagem é dedicada a uma série de atividades que fiz com meus alunos de 1o. ano com canções cumulativas.
Inicialmente, fazíamos uma série de brincadeiras e cantávamos canções cumulativas, como: My Hand on My Head (segue letra abaixo), Tooty Taa, Green Grass Grows All Around, Old MacDonald Had a Farm, Today is Monday, Lá em casa..., A velha a fiar.
Depois de entender como funciona esta estrutura, com um verso que se repete e depois adicionando outras partes, os alunos tinham que escolher um tema e fazer uma composição original. Poderiam trabalhar em pequenos grupos, duplas ou individualmente. 
Durante as aulas, os alunos recebiam feedback para garantir que a estrutura básica estava sendo seguida. Eles podiam fazer em português ou inglês, como achassem melhor, e poderiam utilizar os recursos disponíveis para auxiliar no vocabulário e nas ideias.
Depois de prontos, os alunos deveriam realizar a performance da composição, que era gravada, e fazer os ajustes necessários. Com as gravações finalizadas, compartilhávamos os resultados entre as turmas.

O que mais me impressionou nestas atividades, foi o nível de comprometimento dos alunos, pois as canções cumulativas demandam de uma série de habilidades que não estão ainda plenamente desenvolvidas nos alunos desta idade. 
Eles ganharam e usaram uma quantidade de vocabulário muito grande, puderam utilizar uma estrutura que é comum também na literatura (O dente ainda doia, Napping House - A casa sonolenta) e puderam também, colocar sua criatividade à mostra.

DICA: Se o nível de compreensão e vocabulário dos seus alunos ainda for pequeno, ao invés de uma composição original, você pode propor a criação de uma versão de uma das canções. (My Hand on My Head e Lá em casa... são minhas sugestões)

Adoraria receber nos comentários o resultado com suas turmas... compartilhe, divulgue e siga...

Espero não ter que esperar 2 anos para a próxima publicação. :)




My hand on my head,
What have I here?
This is my top-notcher,
My Mama dear
Top-notcher, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my brow,
What have I here?
This is my sweat boxer,
My Mama dear
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my eye,
What have I here?
This is my eye blinker,
My Mama dear
Eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my nose,
What have I here?
This is my smell sniffer,
My Mama dear
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my mustache,
What have I here?
This is my soup strainer,
My Mama dear
Soup strainer,
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my mouth,
What have I here?
This is my food grinder,
My Mama dear
Food grinder, soup strainer,
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my chin,
What have I here?
This is my chin chopper,
My Mama dear
Chin chopper,
Food grinder, soup strainer,
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my chest,
What have I here?
This is my air blower,
My Mama dear
Air blower, chin chopper,
Food grinder, soup strainer,
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my stomach,
What have I here?
This is my bread basket,
My Mama dear
Bread basket,
Air blower, chin chopper,
Food grinder, soup strainer,
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my lap,
What have I here?
This is my lap sitter,
My Mama dear
Lap sitter, bread basket,
Air blower, chin chopper,
Food grinder, soup strainer,
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my knee,
What have I here?
This is my knee bender,
My Mama dear
Knee bender,
Lap sitter, bread basket,
Air blower, chin chopper,
Food grinder, soup strainer,
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

My hand on my foot,
What have I here?
This is my foot stomper,
My Mama dear
Foot stomper, knee bender,
Lap sitter, bread basket,
Air blower, chin chopper,
Food grinder, soup strainer,
Smell sniffer, eye blinker,
Sweat boxer, top-notcher,
Dickey, dickey doo
That's what I learned in my school.
Boom! Boom!

sábado, 21 de maio de 2016

Parênteses

Olá!


Hoje meu post vai ser um pouco diferente, pois não vou apresentar nenhuma atividade de composição em si, mas pretendo discutir uma questão que está mexendo muito comigo recentemente. Alfabetização e Letramento e como eu, no papel de professora de música, posso ajudar neste processo.


Quando me apresentei lá no primeiro post, não coloquei que estaria iniciando o curso de Pedagogia esse ano pois ainda não estava certo, mas isso se tornou realidade. Estou fazendo o curso (por várias razões que não cabem aqui) mas posso dizer que, como sempre, estudar me faz repensar minha prática. Por isso estou sempre estudando… Enfim… Por conta da faculdade, tenho que cumprir 100 horas de Atividades Complementares e semana passada fui participar do ICLOC e foi MUUUUUITO bom!


Para quem não conhece, o Congresso ICLOC é um evento anual organizado pela escola Lourenço Castanho e que tem como objetivo compartilhar práticas de sala de aula, desde o ensino infantil até ensino médio e EJA. Neste ano, foram mais de 600 trabalhos expostos. E o bom é que é gratuito! (Para quem quiser saber mais segue o link: www.icloc.org.br )


Então… uma das sessões que assisti compartilhou uma experiência de alfabetização e letramento, na rede pública de Carapicuíba, que utiliza a consciência fonológica como uma das ferramentas para auxiliar esses processos. Parei para pensar como a minha prática, já tinha tanto desses conceitos e eu nunca tinha feito uma análise mais aprofundada. E estou falando basicamente da educação infantil. Inconscientemente, eu já faço diversos exercícios que estão relacionados a consciência fonológica (tanto para o português, quanto para o inglês) e que agora consigo relacionar a esta teoria. Você deve estar se perguntando: como???


Todo início das minhas aulas na educação infantil, faço uma série de exercícios que chamo de warm-up, que tem vários objetivos além de aquecer a voz. Eles servem para criar e consolidar uma rotina, apresentar novos conceitos, exercitar conceitos já aprendidos, praticar os parâmetros sonoros, aquecer a voz e o corpo, explorar um pouco de criatividade e exercícios de consciência fonológica. Aqui, brincamos com os sons, acima de tudo. Cantamos o Hello de várias maneiras e cada aula cantamos com uma letra diferente do alfabeto, mas não com o nome da letra, mas sim com o fonema.


Com os alunos de 5 anos, estamos fazendo uma série de atividades sobre duração do som. E essa semana, fizemos uma atividade em que cada um deveria falar seu nome e depois dizer onde está o som longo dele (que nada mais é a sílaba tônica) e depois modificar onde o som longo está para o nome soar estranho Eles se divertiram a beça. [E não é que apareceu uma atividade relaciona a criação?! Hehe]. O próximo passo é trabalhar com outras palavras (em português e inglês) e em seguida começaremos a segmentar palavras pensando nos sons que conseguimos ouvir ao dizer tais palavras.


Já com os alunos de 3 anos estou começando a trabalhar rimas, através da música “Down by the bay”. Primeiro cantamos a música com três rimas conhecidas: bear-hair / moose-goose / whale-tail. Depois que eles já se familiarizaram, eu apresento três cards para eles, com monkey, turkey e dog e pergunto para eles, qual seria o par. Quando eles acham o par certo, peço ajuda para eles falarem o que o monkey pode fazer com o turkey e o resultado ficou bem bacana. Did you ever see a monkey running with a turkey / Did you ever see a monkey combing the turkey / Did you ever see a monkey eating a turkey.


Gostou das ideias? Tem outras atividades que pode relacionar com consciência fonológica, alfabetização e letramento? Compartilhe, comente, divulgue, dê sugestões, explore!

Abraços e até o próximo post…..

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Escrevendo melodias na partitura!

Olá!


Demorou mas chegou mais um post. Aproveito para agradecer o convite e participação no podcast com minha amiga Leticia Pimentel do Sproutly (www.sproutly.com.br) sobre música, bilinguismo e identidade cultural. Confere lá!


Hoje vou explicar o processo de uma composição que faço com o 2o. Ano e que todo ano eu modifico um pouco, mas ainda não estou plenamente contente com o resultado.
É uma atividade que geralmente faço no final do ano e nunca consigo finalizá-la do jeito que gostaria, mas vou escrever o processo e espero comentários e sugestões para melhorar esta atividade.


De acordo com meu programa, os alunos no 2o. Ano começam a aprender símbolos musicais e notação rítmica e melódica, primeiro de maneira simbólica espontânea e aos poucos introduzo a notação musical tradicional. (Muitas pessoas já me criticaram por ensinar a ler e escrever partituras com crianças tão pequenas, mas penso que quanto antes mais fácil será de automatizar e acredito que quando o aluno sabe ler partituras ele se torna mais independente para tocar e conhecer outras músicas sem auxílio do professor. Além disso, só ensino depois que o processo de alfabetização já está avançado, assim ele já consegue fazer transferência de mecânica)


A atividade que apresento hoje é uma composição simples, em que os alunos devem escrever melodia e ritmo originais, utilizando as notas SOL, LA e MI e as figuras rítmicas SEMíNIMA, COLCHEIA (duplas) e PAUSA DE SEMÏNIMA. Devem escrever dois compassos de 4 tempos. Depois desta escrita individual, iremos juntar todas as melodias e formar uma grande composição coletiva.


Normalmente, elegemos um tema e eles devem criar uma frase para sua melodia baseada neste tema. Depois, ao juntarmos todas as melodias, a canção deve ter o mesmo tema, mas acaba sendo uma canção sem sentido, pois não foi pensada em sequência.


Essa é uma unidade que uso a tecnologia para ajudar, pois muitas vezes os alunos não conseguem imaginar como vai soar sua melodia, mesmo disponibilizando para eles xilofones e metalofones para eles experimentarem. Uso geralmente um programa de edição de partituras gratuito, (www.noteflight.com por exemplo) para que eles ouçam o que escreveram. Este é um processo demorado, pois escrevemos cada melodia e fazemos alterações quando os alunos não gostam, mas eles se divertem ao ouvirem suas melodias. Já tentei fazer com os próprios alunos escrevendo cada um em um computador, mas não deu certo por conta do número de contas que tive que criar.


A ideia final, seria que os alunos ensaiassem a composição coletiva e gravassem, mas como falei, nunca deu tempo. Pena!


O que acharam? Quais seriam suas sugestões para melhorar esta e outras atividades que sugeri? Divulgue, comente, fale, cite, explore, compartilhe. Sempre!


Beijos e no próximo post, uma atividade do 4o. ano com xilofones, metalofones e vozes!

Até!

sábado, 30 de janeiro de 2016

Compondo uma versão.

Olá!

Depois de uma pequena pausa para as férias estou de volta! E como tinha prometido hoje apresento uma atividade que uso geralmente com 3o. Ano.

Um dos tópicos de aprendizagem do 3o. Ano no meu programa é o conceito de versão em música. Antes deles criarem suas próprias versões para uma música (que é a atividade que apresentarei hoje) eles ouvem várias músicas e eu vou explicando como podemos fazer versões. Explico que para fazermos uma versão, podemos alterar vários parâmetros da música. Por exemplo, tocamos a mesma música em instrumentos diferentes, ou cantamos uma música em português e depois em inglês, ou ainda alteramos o gênero da música, fazendo de um rock uma música sertaneja. Uma das música que sempre apresento nesta unidade é “With a little help from my friends” dos Beatles e a versão do Joe Cocker. Aqui estão os links:



Aí então parto para as atividades em si. Primeiro dou a eles um pequeno verso para que eles criem uma melodia e acompanhamento instrumental. Você pode escolher qualquer verso fácil para eles decorarem, assim fica mais fácil de fazer a performance. O que uso é o seguinte:

YELLOW BUTTER
PURPLE JELLY
RED JAM
BLACK BREAD

Eles fazem as versões em grupos de 2 ou 3 alunos. E dou cerca de 10 minutos para a preparação. Então todos se apresentam e comentamos um pouco sobre a versão de cada um. Esta atividade necessita de apenas uma aula para ser realizada.

Na aula seguinte aprendemos a cantar e escrever a música Mané Pipoca. Normalmente levo uma aula inteira para escrevermos e cantar a ida e a volta da música. (Para quem não conhece, aí vai um link: https://www.youtube.com/watch?v=EMvpCEGVq3Y . Eu canto sem fazer essas oitavas acima, ok?!)

Quando a maioria dos alunos conseguiu aprender a cantar pelo menos a ida, eu dou as instruções para a atividade. Que são simples, mas não fáceis. Eles têm que achar duas palavras que sigam as mesmas regras da original, sílabas de duas letras e que juntas tenham 10 letras. Não dou tema específico para as palavras, a não ser que as turmas apresentem muita dificuldade, senão falo por exemplo: coisas que comemos; animais; o que tem na escola, etc.
Os alunos vão trabalhar em duplas e podem usar o dicionário se quiserem para auxiliar nas palavras. Além disso, devem manter a melodia e o ritmo da música original, devem alterar somente a letra. E a atividade deve ser feita em Português (somente uma vez tive na mesma turma duas duplas que conseguiram fazer em inglês). Assim que eles conseguem achar as duas palavras eles devem mostrá-las para mim, para assegurar que as palavras que escolheram se encaixam nas regras. Depois disso eles devem escrever suas versões e praticar para a performance. Geralmente uso uma aula para apresentar a música e duas aulas para eles realizarem a atividades. Vou dar dois exemplos a seguir:


Original
Versão 1 (caneta bola)
Versão 2 (suco pepino)
M A MA
N É NÉ MANÉ
P  I  PI  MANÉPI
P Ó PÓ MANÉ PIPÓ
C A CA MANÉ PIPOCA

C A CA
P Ó PÓ CAPÓ
P  I  PI  CAPOPI
N É NÉ CAPOPINÉ
M A MA CAPOPINEMA
C A CA
N E NE CANE
T A TA CANETA
B O BO CANETABO
L A LA CANETA BOLA

L A LA
B O BO LABO
T A TA LABOTA
N E NE LABOTANE
C A CA LABOTANECA
S U SU
C O CO SUCO
P E PE SUCOPE
P  I  PI  SUCO PEPI
N O NO SUCO PEPINO

N O NO
P  I  PI  NOPI
P E PE NOPIPE
C O CO NOPIPECO
S U SU NOPIPECOSU

As crianças se divertem bastante com a volta, pois as palavras criadas não fazem sentido e soam engraçadas. Lembrem-se sempre de tomar cuidado com palavras que ao contrário serão ofensivas.

Este é um exemplo de atividade que o professor polivalente pode usar e abusar ao trabalhar com o conceito de sílabas.

Divirtam-se!

Ah! Gostaria de pedir para comentarem as postagens com sugestões de complementação para as atividades, exemplos de músicas ou poemas que possam ser utilizados e se tentarem fazer as atividades sugeridas com seus alunos, postem os resultados, se deu certo ou não, ok?

No próximo post apresentarei uma outra atividade para 2o. Ano.

E não se esqueça: Divulgue, comente, fale, cite, explore, compartilhe. Sempre!

Até a próxima!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Criando com o próprio nome.

Olá.

Primeiramente gostaria de agradecer a todos que leram, divulgaram e compartilharam meu primeiro post e fiquei tão empolgada que não consegui esperar muito para o próximo. Conforme prometido hoje vou falar do processo de uma atividade que faço com alunos de 2o. ano do ensino fundamental. (Ah! Só para deixar claro que a ordem das atividades apresentadas aqui não refletem de maneira alguma a ordem seguida no currículo que desenvolvi para Fundamental I ou Educação infantil.)

Um dos projetos que os alunos desenvolvem com os professores de sala e com outros especialistas é sobre Identidade entidade.  Neste projeto os alunos estudam suas origens e família, suas preferências, sua escola, turma, professores e amigos e criam um livro que contém todo registro deste projeto. Decidi então incluir uma composição que se baseia no nome de cada um. Seria então uma composição individual. E escolhi que está fosse sem auxílio de instrumentos pois é uma das primeiras composições individuais que eles realizam e incluir um instrumento seria mais dificuldade que vantagem.

Sempre que trabalho com composição,  ao explicar para os alunos a atividade eu coloco para os alunos as expectativas e faço um exemplo para eles. É importante que ao fazer o exemplo o professor tente criar na hora, não leve algo totalmente pronto pois assim fica mais autêntico para as crianças. E eles percebem a diferença.  Lembre-se que o resultado não precisa ser perfeito para eles. Nem para você.  

Então vamos à atividade em si. Os alunos deveriam escrever uma canção,  portanto deveriam criar uma melodia e o texto.
No texto o nome deles deveria aparecer e isto poderia ser feito de forma literal (Débora)  ou como acróstico. (vrs poesia em que as primeiras letras (às vezes, as do meio ou do fim) de cada verso formam, em sentido vertical, um ou mais nomes ou um conceito, máxima etc)

Eles estudam  acrósticos antes com a professora de sala. E como a escola é bilíngue eles podem escolher se vão fazer em português, inglês ou nas duas línguas. Outra coisa é que a composição tem que ter um mínimo de linhas (eles tinham que fazer registro escrito somente do texto). Se eles escolhessem o acróstico deveria ter o número de linhas do nome. Se fosse com o nome de forma literal então deveria ter no mínimo 5 linhas. (Lembrando que no 2o. ano, alguns alunos ainda não estão completamente alfabetizados, mas eles fazem o registro da maneira que eles conseguem e na hora da gravação da música eu fazia uma transcrição). Sobre a melodia, eles sempre me perguntam se pode usar uma música conhecida e a regra para esta composição é que não pode, a melodia tem que ser criada por eles, pois não é para fazer versão, mas sempre aparece alguma melodia conhecida.

Sobre os resultados… sempre me encanto com as composições dos alunos. Muitos superam as expectativas e criam composições fantásticas. Lembro até hoje de um aluno que escreveu assim:

E
DUARDO
EU
EU
DUARDO
E
DUARDO
EU
EU

E cantou como se fosse um rap. Foi muito engraçadinho e todos da sala começaram a cantar junto. O interessante é que ele usou o nome dele de maneira literal, mas com o formato de acróstico. Até hoje tenho a sua música na cabeça de tão marcante que foi.

Ah! Ficou faltando falar porque trabalhar com composição no outro post. Eu acredito que quando você trabalha com criação em sala de aula, você dá oportunidade para os alunos mostrarem suas identidades e colocarem sua marca no mundo. Estamos vivendo em uma enxurrada de informações a todo tempo e dificilmente as crianças tem a chance de se colocarem como indivíduos pensantes e criadores. Não sou favorável a uma educação musical simplesmente repetidora de padrões e músicas já existentes (em alguns momentos isso é necessário e muito benéfico para o desenvolvimento, mas não pode ser só isso), portanto sempre que possível os alunos deixo os alunos criarem o que vão apresentar.

E aí? Gostou da sugestão? Divulgue, comente, fale, cite, explore, compartilhe. Sempre!

Nos vemos no próximo post onde apresentarei uma atividade que uso com alunos de 3o. Ano.


Até mais!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Como e porque trabalhar com composição musical.

Olá! Eu sou Débora Affonso e hoje estou iniciando este canal para divulgar um pouco do meu trabalho e pesquisa e para compartilhar ideias de atividades de composição musical com crianças.

Hoje vou falar um pouco da minha experiência e vou apontar como trabalho com composição com as crianças e um pouco do processo de trabalho. Estou preparando também um canal no Youtube que vai trazer as postagens do blog para uma forma dinâmica e lá apresentarei melhor as atividades que uso em sala. Em breve postarei novidades sobre o canal. Então vamos lá!

Eu atuo como professora de música desde 2001, inicialmente como professora de violoncelo e depois com musicalização infantil. Fiz licenciatura em música pela USP e comecei a trabalhar em escolas bilíngues. Aí iniciei a pesquisa em educação musical e bilinguismo e meu interesse por aquisição e aprendizagem de línguas e música começou a ficar muito forte. Em 2011 eu defendi meu mestrado e a pesquisa dele foi baseada na minha experiência como educadora musical em um contexto bilíngue e a ideia daquela pesquisa foi apontar como a identidade musical e também linguística e cultural dos alunos se evidenciavam em suas composições musicais. Apresentei exemplos de algumas das atividades que realizava com meus alunos e inclui no trabalho mais de 60 exemplos de composições,  basicamente canções e a ideia deste canal é apresentar essas e outras atividades. Infelizmente eu não tenho autorização para apresentar a composição em si, com a performance dos alunos, mas vou falar um pouco dos resultados.  

Então vamos começar falando sobre como trabalhar com composição com as crianças.  Primeira coisa que eu gosto de enfatizar  é que fazer atividades de criação musical não pode ser exclusivo de professor de música.  Qualquer professor pode deixar uma atividade de escrita mais interessante, dar um twist se ele tornar a escrita textual em canção. Muitas vezes a proposta que eu apresentava usava um texto escrito anteriormente com o professor polivalente.  

Segundo: A atividade de composição nunca tem um fim ou inicio somente nela mesma. Sempre tem uma conexão com outra atividade, outro tópico, um projeto de outro professor, ou um conceito musical a ser trabalhado. Isso é necessário para fazer sentido para a criança. Para cada atividade que eu sugerir aqui eu vou dizer de onde veio a ideia e como foi desenvolvida.

Outra coisa é desmistificar o conceito de que fazer música é só para quem tem dom. Todo mundo é capaz de fazer música,  em qualquer vertente. Temos que mostrar isto para os alunos. Mostrar que não queremos que eles componham sinfonias e óperas logo de cara, mas que se eles quiserem eles são capazes de compor sim obras mais longas. Tudo depende de dedicação e estudo.

Uma coisa que gosto de fazer e que funciona muuuito bem é gravar a performance das crianças.  E mostrar para eles. Geralmente eu gravo só áudio mesmo, mas se for uma performance instrumental em grupo é sempre bom filmar. E porque gravar? Geralmente as crianças ficam nervosas e nem conseguem lembrar o que fizeram com detalhes. Gravando, você dá chance delas modificarem a composição e posteriormente a performance. Outro ponto é que o registro fica mais fiel, pois muitas vezes as crianças não conseguem colocar no papel a maneira que realmente pensaram a composição então o registro em áudio facilita.

Lendo até aqui, parece que tudo funciona como um mar de rosas, mas não é bem assim. Na minha prática já encarei muitas dificuldades mas sempre encontramos um jeito para superar, certo?

Uma das maiores dificuldades em trabalhar composição se dá no início pois as crianças muitas vezes se recusam a fazer as atividades, seja por vergonha ou por não acreditarem na utilidade da atividade. Sempre falo para meus alunos que música é tão importante quanto qualquer outra disciplina e que eles devem realizar as atividades como em qualquer outra aula. Muitas vezes tenho que apelar para a questão de avaliação (tenho muitas questões sobre avaliação em aulas de música, mas isto fica para outra postagem) e na maioria das vezes funciona bem.

Com relação as alunos que tem vergonha de mostrar o trabalho final, que se recusam a fazer a performance da composição eu muitas vezes deixo o gravador com eles e eles saem da sala e fazem sozinhos, ou comigo fora da sala. Para a grande maioria funciona muito bem e eu aproveito para falar sobre a importância do respeito e apreço pela obra dos colegas.

Outra grande dificuldade é o tempo. Para algumas atividades eu chego a utilizar 5-6 aulas de 50 minutos para finalizar todo o processo e em algumas escolas este tempo não é possível para um único projeto. Mas porque preciso de tanto tempo? Dependendo da atividade, leva uma aula inteira para apresentar como a composição deve ser feita, a escolha dos grupos, e a definição de etapas e prazos. As duas próximas aulas são para os grupos se reunirem e colocarem a mão na massa. Na quarta aula alguns grupos devem estar finalizando e podem começar a apresentar. Aí eu gravo e mostro para eles. Modificações sempre são feitas. Mais uma aula para todos grupos apresentarem, ouvirem a gravação e fazer os últimos retoques e então uma última aula para auto avaliação e avaliação final.

O que faço para otimizar o tempo é a partir da terceira aula, separo apenas uma parte da aula para trabalhar a composição e o restante para outras atividades. Assim os alunos não ficam entediados em fazer a mesma atividade por tantas aulas e continuo trabalhando com os outros conteúdos necessários.

Acho que por hoje chega não?! Espero já ter ajudado um pouco e no próximo post eu vou apresentar uma atividade que faço com alunos do 2o. Ano do Fundamental I (antiga 1a. série)

Muito obrigada e divulgue, comente, fale, cite, explore. Sempre!

Até mais!