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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Criando com o próprio nome.

Olá.

Primeiramente gostaria de agradecer a todos que leram, divulgaram e compartilharam meu primeiro post e fiquei tão empolgada que não consegui esperar muito para o próximo. Conforme prometido hoje vou falar do processo de uma atividade que faço com alunos de 2o. ano do ensino fundamental. (Ah! Só para deixar claro que a ordem das atividades apresentadas aqui não refletem de maneira alguma a ordem seguida no currículo que desenvolvi para Fundamental I ou Educação infantil.)

Um dos projetos que os alunos desenvolvem com os professores de sala e com outros especialistas é sobre Identidade entidade.  Neste projeto os alunos estudam suas origens e família, suas preferências, sua escola, turma, professores e amigos e criam um livro que contém todo registro deste projeto. Decidi então incluir uma composição que se baseia no nome de cada um. Seria então uma composição individual. E escolhi que está fosse sem auxílio de instrumentos pois é uma das primeiras composições individuais que eles realizam e incluir um instrumento seria mais dificuldade que vantagem.

Sempre que trabalho com composição,  ao explicar para os alunos a atividade eu coloco para os alunos as expectativas e faço um exemplo para eles. É importante que ao fazer o exemplo o professor tente criar na hora, não leve algo totalmente pronto pois assim fica mais autêntico para as crianças. E eles percebem a diferença.  Lembre-se que o resultado não precisa ser perfeito para eles. Nem para você.  

Então vamos à atividade em si. Os alunos deveriam escrever uma canção,  portanto deveriam criar uma melodia e o texto.
No texto o nome deles deveria aparecer e isto poderia ser feito de forma literal (Débora)  ou como acróstico. (vrs poesia em que as primeiras letras (às vezes, as do meio ou do fim) de cada verso formam, em sentido vertical, um ou mais nomes ou um conceito, máxima etc)

Eles estudam  acrósticos antes com a professora de sala. E como a escola é bilíngue eles podem escolher se vão fazer em português, inglês ou nas duas línguas. Outra coisa é que a composição tem que ter um mínimo de linhas (eles tinham que fazer registro escrito somente do texto). Se eles escolhessem o acróstico deveria ter o número de linhas do nome. Se fosse com o nome de forma literal então deveria ter no mínimo 5 linhas. (Lembrando que no 2o. ano, alguns alunos ainda não estão completamente alfabetizados, mas eles fazem o registro da maneira que eles conseguem e na hora da gravação da música eu fazia uma transcrição). Sobre a melodia, eles sempre me perguntam se pode usar uma música conhecida e a regra para esta composição é que não pode, a melodia tem que ser criada por eles, pois não é para fazer versão, mas sempre aparece alguma melodia conhecida.

Sobre os resultados… sempre me encanto com as composições dos alunos. Muitos superam as expectativas e criam composições fantásticas. Lembro até hoje de um aluno que escreveu assim:

E
DUARDO
EU
EU
DUARDO
E
DUARDO
EU
EU

E cantou como se fosse um rap. Foi muito engraçadinho e todos da sala começaram a cantar junto. O interessante é que ele usou o nome dele de maneira literal, mas com o formato de acróstico. Até hoje tenho a sua música na cabeça de tão marcante que foi.

Ah! Ficou faltando falar porque trabalhar com composição no outro post. Eu acredito que quando você trabalha com criação em sala de aula, você dá oportunidade para os alunos mostrarem suas identidades e colocarem sua marca no mundo. Estamos vivendo em uma enxurrada de informações a todo tempo e dificilmente as crianças tem a chance de se colocarem como indivíduos pensantes e criadores. Não sou favorável a uma educação musical simplesmente repetidora de padrões e músicas já existentes (em alguns momentos isso é necessário e muito benéfico para o desenvolvimento, mas não pode ser só isso), portanto sempre que possível os alunos deixo os alunos criarem o que vão apresentar.

E aí? Gostou da sugestão? Divulgue, comente, fale, cite, explore, compartilhe. Sempre!

Nos vemos no próximo post onde apresentarei uma atividade que uso com alunos de 3o. Ano.


Até mais!

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